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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

14 candidatos autuados por tentativa de fraude no concurso da segurança



Catorze pessoas foram autuadas em flagrante por tentativa de fraude, no concurso da segurança pública, realizado pelo governo do Maranhão. Os suspeitos estavam sendo monitorados há mais de um mês e a prisão deles, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP), não compromete o andamento do processo seletivo, realizado no último final de semana, descartando a anulação das provas.
Antônio Ferreira Lima Sobrinho (professor), Antônio Colares Lima Filho (soldado da Polícia Militar, do Batalhão de Pindaré) e Nattanniel Muniz Maciel foram presos em Caxias. Na ocasião, a namorada do policial, Gilvanice Costa dos Santos, foi detida; mas, por falta de provas, ela foi liberada.
Em São Luís, foram presos em flagrante Tony Gledson Soares de Sousa, Jorgivan da Conceição Reis, Jorge Rego de Jesus, Wemerson Abreu Castro Branco, Nivaldo Bispo Amorim, João Batista Mendes, Leonardo Silva Sousa, Moisés Costa Silva, Madson Pinto de Oliveira, Ivan Serra Rodrigues e Helton Nascimento Resplandes Ferreira. Além disso, 16 pessoas foram conduzidas para prestar esclarecimentos, e em seguida liberadas, mas podem ser indiciadas no inquérito, caso seja comprovada a participação delas no esquema. A polícia ainda apreendeu vários celulares e com Antônio, documentos com nome de várias pessoas.
De acordo com o secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes, o grupo começou a ser investigado em Pindaré-Mirim quando a polícia tomou conhecimento da existência de uma quadrilha que pretendia fraudar o concurso. “Os acusados foram identificados há mais de um mês, os mentores e beneficiários foram identificados, sendo a quadrilha presa quando tentava fraudar provas em Caxias e em São Luís”, contou. “Identificamos ainda parentes de traficantes de conhecidos da polícia, que pretendia ingressar na segurança pública”, acrescentou, sem revelar os nomes.
Secretário Aluísio Mendes apresenta detalhes da operação que prendeu os fraudadores
Antônio Ferreira Lima Sobrinho é apontado pela polícia como o líder do grupo; ele seria a pessoa contratada para fazer a prova e passar o gabarito por meio de mensagem de texto para vários aparelhos celulares, orientando os candidatos a digitarem de forma errada seus nomes no ato da inscrição, simulando erro na digitação, a fim de que os “beneficiários” ficassem na mesma sala.
De acordo com as investigações, Antônio é servidor do Ifma de Pindaré e já passou em mais de 16 concursos públicos, entre eles do Instituto onde trabalha, em 2006; do Banco do Brasil, em 2011; da Caema, em 2006; dos Correios, em 2011; do Banco do Nordeste, em 2011; do Centro de Formação de Oficiais do Pará, Prefeitura de São José de Ribamar, em 2011; Ministério da Fazenda, em 2008. Ainda segundo a Secretaria de Segurança, os “beneficiários” pagariam em média R$ 15 mil para o concurso da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros e R$ 20 mil para a Polícia Civil. O pagamento seria de 50% antes da prova e mais 50% após a aprovação no processo seletivo.
De acordo com o secretário Aluísio Mendes, Antônio Ferreira, por desconfiar que seria investigado, fez a prova em nome de Samuel Fernando de Carvalho. Ele teria contado com a ajuda de um amigo, o policial militar Antônio Colares Lima Filho, para ser informado se era objeto de investigação da polícia. Alguns beneficiários participaram do concurso adulterando seus nomes, acrescentando outras letras: Jorgivan da Conceição Reis usou Tonjorgivan da Conceição Reis, Jorge Rego de Jesus usou Iajorge Rego, Nivaldo Bispo com o nome de Cassnivaldo Bispo, Mardson Oliveira usou Imardson Oliveira e Helton Nascimento o nome de Kelton Nascimento.
Os suspeitos que adulteraram o nome ou usaram documentos falsos foram autuados em flagrante por falsidade ideológica, formação de quadrilha e tentativa de fraude em concurso público. Os demais por formação de quadrilha e tentativa de fraude em concurso público.
Concurso não será anulado – O secretário de Administração e Previdência, Fábio Gondim, também presente à coletiva, esclareceu que não houve vazamento das provas. “Todos os envolvidos foram identificados e presos. A fraude não se consumou e o concurso não será cancelado”, afirmou.
Francisco Torres, diretor da unidade de projetos da Fundação Getúlio Vargas (instituição organizadora do concurso), disse que não houve vazamento do gabarito e as foram provas entregues lacradas nos locais de aplicação e todo o processo ocorreu conforme estabelecido pelo edital. “Não houve contaminação no concurso. Estamos agindo em parceria com a SSP e vamos eliminar candidatos, caso seja comprovada a fraude. O edital deixa bem claro, quando há fraude o candidato é eliminado”, declarou.
A operação contou com a participação da Superintendência de Polícia Civil da Capital (SPCC), Superintendência de Polícia Civil do Interior (SPCI) e da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic).

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